O transportador de materiais é composto por diversos elementos, que juntos formam essa estrutura robusta que transporta diversas matérias primas e materiais que abastecem inúmeros mercados.

Um desses elementos é o chute de transferência, que é um componente essencial em sistemas de manuseio de materiais a granel. O chute é projetado para facilitar a transição e o direcionamento do material transportado de uma correia transportadora para outra ou para outro equipamento de transporte, como uma caçamba, uma pilha de estocagem ou outro sistema de transporte.

Quando os materiais a granel, como minério, carvão, grãos, areia, cascalho, entre outros, são transportados por uma correia transportadora, em algum momento pode ser necessário redirecioná-los para outro ponto do processo ou transferi-los para outro sistema de transporte. É aí, que o chute de transferência entra em ação.

A função principal do chute de transferência é controlar e direcionar o fluxo do material, garantindo que ele seja transferido com eficiência e segurança para o próximo estágio do processo de manuseio. Um chute bem projetado ajuda a entregar o material na correia receptora, minimizando o derramamento, a dispersão excessiva do material, a geração de pó e o desgaste desnecessário na correia transportadora.

Os chutes de transferência geralmente possuem formatos específicos e podem incluir acessórios, como placas defletoras, amortecedores de impacto e revestimentos resistentes ao desgaste, dependendo das características dos materiais transportados e das condições operacionais.

O projeto do chute de transferência é uma consideração importante em operações de transporte de materiais a granel, pois um chute mal projetado pode levar a problemas como: bloqueios, acúmulo excessivo de material, desgaste prematuro da correia, além de impactos negativos na produtividade e na segurança.

Engenheiros e especialistas em manuseio de materiais utilizam princípios de mecânica, dinâmica de fluidos e análise de elementos finitos, para projetar chutes de transferência eficientes e confiáveis, garantindo um fluxo contínuo e controlado dos materiais durante o transporte por correia.

A função principal de um chute de transferência é garantir que o material seja redirecionado de forma controlada e sem perdas excessivas durante o processo de transferência. Para isso, eles são projetados com uma geometria adequada e muitas vezes são revestidos com materiais resistentes ao desgaste para prolongar a vida útil do equipamento.

COMO AUMENTAR A VIDA ÚTIL DO CHUTE DE TRANSFERÊNCIA

Podemos aumentar a vida útil desse equipamento tão importante para o processo de operações, revestindo o mesmo, para que as partes impactadas pelos materiais não desgastem de forma acelerada, protegendo o metal da abrasão e outras avarias.

Revestimento do chute:

1. As bancadas superiores e inferiores devem ser revestidas com materiais resistentes ao impacto e abrasão. Ex: chapas de cerâmica vulcanizadas ou com revestimento duro.
2. As áreas de impacto devem ser revestidas com chapas de revestimento metálico por processo de solda com carbeto de tungstênio e cromo, ou chapas de cerâmica vulcanizada com resistência ao impacto.
3. As áreas de abrasão devem ser revestidas com chapa de revestimento metálico por processo de solda com carbeto de tungstênio e cromo, ou com chapas de cerâmica vulcanizada, por borracha ou poliuretano.
4. Nas guias de material externas devem-se utilizar chapas de 380 x 490, conforme norma ASTM A 532 II B, ou chapas de 210 x 490 que são mais leves, para facilitar a montagem e regulagem nas referidas guias.

TIPOS DE CHUTES DE TRANSFERÊNCIAS

Existem diferentes tipos de chutes de transferência, cada um adequado para diferentes tipos de materiais e fluxos de transporte. Alguns exemplos comuns incluem:

1. Chute em forma de funil: É projetado para receber o material de uma correia transportadora e guiar o fluxo para outra correia ou equipamento em uma trajetória controlada, geralmente com uma seção cônica para ajudar a reduzir a velocidade do material e minimizar o impacto.
2. Chute de desvio (diverting chute): É utilizado para desviar o fluxo de material de uma correia transportadora para outra, permitindo que diferentes materiais sigam caminhos distintos.
3. Chute de transferência de baixa altura: É empregado quando a transferência entre correias ocorre em uma altura menor e exige um design que minimize quedas excessivas do material.
4. Chute com placa de impacto: Projetado para lidar com materiais que podem causar desgaste ou danos na correia transportadora, utilizando placas resistentes ao impacto para proteção.
5. Chute de carregamento (loading chute): Utilizado para carregar o material de forma mais suave na correia receptora, reduzindo o impacto e evitando o derramamento excessivo (material fugitivo).

O Chute de Transferência mais comum é composto por cinco partes:

1. Chute superior, que recebe o material da correia (Problemas: trajetória, bancada frontal, defletora e revestimentos).
2. Chute intermediário (Problemas: bancadas internas, revestimentos inadequados, etc.).
3. Chute inferior, que entrega o material na correia receptora, (Problemas: bancadas internas, desalinhamentos e vazamentos).
4. Altura da queda do material na correia receptora (Problemas: desgaste na correia, quebra de rolos e cavaletes de impacto).
5. Revestimentos (Problemas: se não for de qualidade como de cerâmica vulcanizada, causará furos nas estruturas e vazamentos de material).

COMO PROJETAR O CHUTE IDEAL

Para projetar um chute de transferência adequado, são considerados fatores como a velocidade da correia transportadora, a inclinação, a densidade e a granulometria do material, bem como a distância de transferência e as restrições de espaço. O chute geralmente é revestido internamente com materiais resistentes ao desgaste, como revestimento duro ou cerâmica vulcanizada, para prolongar sua vida útil.

Um chute de transferência bem projetado é essencial para garantir a eficiência e a confiabilidade do sistema de transporte de materiais a granel, evitando problemas como o entupimento, o desperdício de material, o desgaste excessivo e a contaminação do ambiente ao redor da correia transportadora.

A seleção adequada e o projeto dos chutes de transferência são cruciais para garantir a eficiência do transporte, minimizar o desgaste da correia e garantir a segurança operacional. Engenheiros e especialistas em manuseio de materiais trabalham para projetar e otimizar esses componentes de acordo com as necessidades específicas de cada aplicação industrial.

A RTT possui um time de especialistas de engenharia que projeta chutes de transferências para clientes que atuam em diversos segmentos do mercado, dentre eles o experiente consultor técnico Jones Gavi conhecido com o Dr. Chute.

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